Caso 46: Kyôsei e as Gotas de Chuva
Kyôsei perguntou a um monge, “O que é esse som lá fora?” O monge disse, “Esse é o som das gotas de chuva.” Kyôsei disse, “As pessoas vivem num mundo confuso. Elas se perdem em ilusões sobre si mesmas e apenas buscam objetos [externos].” O monge disse, “E você, Mestre?” Kyôsei disse, “Eu estava à beira de me perder em tais ilusões sobre mim mesmo.” O monge disse, “O que você quer dizer, ‘à beira de me perder em tais ilusões sobre mim mesmo’?” Kyôsei disse, “Avançar [para o mundo da Essência] pode ser fácil. Mas expressar completamente o âmago da substância é difícil.”
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
Arquivo da Falésia Azul - Caso 45
Caso 45: “O Manto de Tecido” de Jôshu
Um monge perguntou a Jôshu, “Os dez mil Dharmas[1] resumem-se a um. A que esse um resume-se?”
Jôshu disse, “Quando eu estava morando na Província de Sei, eu fiz um manto de tecido. Ele pesava sete libras[2].”
[1] A palavra "Dharma" significa aqui "fenômeno". "Dez mil Dharmas" significa, portanto, "todas as coisas que existem no mundo dos fenômenos".
[2] Libra, em inglês, ‘pound’, é a moeda e o peso, que neste caso equivale a 453 gramas (7 libras dão em torno de 3,5 kg).
Um monge perguntou a Jôshu, “Os dez mil Dharmas[1] resumem-se a um. A que esse um resume-se?”
Jôshu disse, “Quando eu estava morando na Província de Sei, eu fiz um manto de tecido. Ele pesava sete libras[2].”
[1] A palavra "Dharma" significa aqui "fenômeno". "Dez mil Dharmas" significa, portanto, "todas as coisas que existem no mundo dos fenômenos".
[2] Libra, em inglês, ‘pound’, é a moeda e o peso, que neste caso equivale a 453 gramas (7 libras dão em torno de 3,5 kg).
terça-feira, 5 de novembro de 2013
Arquivo da Falésia Azul - Caso 44
Caso 44: “Rufem os tambores” de Kasan
Kasan, dando instrução, disse, “Prática e aprendizado – isso é chamado ‘audição’ (mon); completando o aprendizado – isso é chamado ‘estar próximo [ao fato]’ (rin). Quando você tiver passado por esses dois, isso é chamado ‘verdadeira passagem’ (shinka).”
Um monge deu um passo adiante e perguntou, “O que é a ‘verdadeira passagem’?”
Kasan disse, “Rufem os tambores.”
Ele perguntou de novo, “O que é a verdadeira Realidade?”
Kasan disse, “Rufem os tambores.”
Ele perguntou de novo, “Não pergunto sobre a frase ‘a própria Mente é Buda.’[1] [Mas] O que significa ‘Nem a Mente nem Buda[2]?”
Kasan disse, “Rufem os tambores.”
Ele perguntou mais uma vez, “Quando alguém que conhece a Verdade última vem, como deveríamos recebê-lo?”
Kasan disse, “Rufem os tambores!”
[1] Cf. Caso 30 (A própria mente de Baso) no Mumonkan (O Portal Sem Porta, também traduzido e publicado no blog Vencer o Medo e em livro na Amazon).
[2] Cf. Caso 33 (Nem a Mente nem Buda) no Mumonkan.
Kasan, dando instrução, disse, “Prática e aprendizado – isso é chamado ‘audição’ (mon); completando o aprendizado – isso é chamado ‘estar próximo [ao fato]’ (rin). Quando você tiver passado por esses dois, isso é chamado ‘verdadeira passagem’ (shinka).”
Um monge deu um passo adiante e perguntou, “O que é a ‘verdadeira passagem’?”
Kasan disse, “Rufem os tambores.”
Ele perguntou de novo, “O que é a verdadeira Realidade?”
Kasan disse, “Rufem os tambores.”
Ele perguntou de novo, “Não pergunto sobre a frase ‘a própria Mente é Buda.’[1] [Mas] O que significa ‘Nem a Mente nem Buda[2]?”
Kasan disse, “Rufem os tambores.”
Ele perguntou mais uma vez, “Quando alguém que conhece a Verdade última vem, como deveríamos recebê-lo?”
Kasan disse, “Rufem os tambores!”
[1] Cf. Caso 30 (A própria mente de Baso) no Mumonkan (O Portal Sem Porta, também traduzido e publicado no blog Vencer o Medo e em livro na Amazon).
[2] Cf. Caso 33 (Nem a Mente nem Buda) no Mumonkan.
Arquivo da Falésia Azul - Caso 43
Caso 43: “O Frio e Calor” de Tôzan
Um monge perguntou a Tôzan, “Quando o frio e o calor vem, como alguém poderia evitá-los?”
Tôzan disse, “Por que não ir para um lugar onde não haja nem frio nem calor?”
O monge disse, “Que tipo de lugar é esse onde não há nem frio nem calor?”
Tôzan disse, “Quando está frio, o frio lhe mata; quando está quente, o calor lhe mata.”
Um monge perguntou a Tôzan, “Quando o frio e o calor vem, como alguém poderia evitá-los?”
Tôzan disse, “Por que não ir para um lugar onde não haja nem frio nem calor?”
O monge disse, “Que tipo de lugar é esse onde não há nem frio nem calor?”
Tôzan disse, “Quando está frio, o frio lhe mata; quando está quente, o calor lhe mata.”
Arquivo da Falésia Azul - Caso 42
Caso 42: “A Bela Neve” de Hô Koji
Hô Koji[1] estava deixando Yakusan. Este último ordenou que dez de seus estudantes de Zen acompanhassem Koji até o portão do templo. Koji apontou para a neve caindo no ar e disse, “Belos flocos de neve!—eles não caem em nenhum outro lugar.” Naquele momento havia um aluno chamado Zen, que disse, “Onde então eles caem?” Koji deu-lhe um tapa. Zen disse, “Koji, não seja tão duro.” Koji disse, “Se você se nomeia estudante Zen em tal condição, o Velho En[2] nunca lhe liberará!”
Zen disse, “O que então você diria, Koji?” Koji estapeou-lhe de novo e disse, “Você vê com seus olhos, mas você é como um homem cego. Você fala com sua boca, mas você é como um homem mudo[3] apenas.”
(Setchô acrescentou seu comentário, “Ás primeiras palavras, eu imediatamente teria feito uma bola de neve e arremessado contra ele.”
[1] Koji é um título honorífico para um praticante leigo do Budismo.
[2] Geralmente chamado “Emma-Daiô” (o Rei do inferno Emma). Diz-se que ele é o juiz temerário na entrada do reino dos mortos.
[3] Em inglês, ‘dumb’, que também significa estúpido, burro, tolo.
Hô Koji[1] estava deixando Yakusan. Este último ordenou que dez de seus estudantes de Zen acompanhassem Koji até o portão do templo. Koji apontou para a neve caindo no ar e disse, “Belos flocos de neve!—eles não caem em nenhum outro lugar.” Naquele momento havia um aluno chamado Zen, que disse, “Onde então eles caem?” Koji deu-lhe um tapa. Zen disse, “Koji, não seja tão duro.” Koji disse, “Se você se nomeia estudante Zen em tal condição, o Velho En[2] nunca lhe liberará!”
Zen disse, “O que então você diria, Koji?” Koji estapeou-lhe de novo e disse, “Você vê com seus olhos, mas você é como um homem cego. Você fala com sua boca, mas você é como um homem mudo[3] apenas.”
(Setchô acrescentou seu comentário, “Ás primeiras palavras, eu imediatamente teria feito uma bola de neve e arremessado contra ele.”
[1] Koji é um título honorífico para um praticante leigo do Budismo.
[2] Geralmente chamado “Emma-Daiô” (o Rei do inferno Emma). Diz-se que ele é o juiz temerário na entrada do reino dos mortos.
[3] Em inglês, ‘dumb’, que também significa estúpido, burro, tolo.
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
Arquivo da Falésia Azul - Casos 39, 40 e 41
Caso 39: “A Cerca do Jardim” de Unmon
Um monge perguntou a Unmon, “O que é o Puro corpo-do-Dharma?”[1]
Unmon disse, “cerca de Flor”[2]
O monge disse, “E se eu entender o assunto dessa maneira?”
Unmon disse, “Um leão de pelo dourado.”
[1] O corpo da Verdade última (Japonês: hôshin; sânscrito: dharmakaya) ou um dos três corpos de Buda.
[2] Em Japanês: Kayakuran. De fato, era uma cerca de flores ao redor de um toalete.
***
Caso 40: Nansen e a Flor
O Ministro Rikukô conversou com Nansen.
Rikukô disse, "O professor de Dharma Jô disse,
'O Céu e a terra e eu temos uma única e mesma raiz; todas as coisas e eu são um único corpo.’ Que maravilha isso!”
Nansen apontou as flores no jardim, chamou a Rikukô e disse,
“As pessoas de nosso tempo[1] veem essas flores como num sonho.”
[1] Isto é, "você".
***
Caso 41: “A Grande Morte” de Jôshu
Jôshu perguntou a Tôsu,
“E se um homem que morreu uma grande Morte volta à vida?”
Tôsu disse,
“Eu não permito caminhar por aí à noite. Venha durante o dia.”
Um monge perguntou a Unmon, “O que é o Puro corpo-do-Dharma?”[1]
Unmon disse, “cerca de Flor”[2]
O monge disse, “E se eu entender o assunto dessa maneira?”
Unmon disse, “Um leão de pelo dourado.”
[1] O corpo da Verdade última (Japonês: hôshin; sânscrito: dharmakaya) ou um dos três corpos de Buda.
[2] Em Japanês: Kayakuran. De fato, era uma cerca de flores ao redor de um toalete.
***
Caso 40: Nansen e a Flor
O Ministro Rikukô conversou com Nansen.
Rikukô disse, "O professor de Dharma Jô disse,
'O Céu e a terra e eu temos uma única e mesma raiz; todas as coisas e eu são um único corpo.’ Que maravilha isso!”
Nansen apontou as flores no jardim, chamou a Rikukô e disse,
“As pessoas de nosso tempo[1] veem essas flores como num sonho.”
[1] Isto é, "você".
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Caso 41: “A Grande Morte” de Jôshu
Jôshu perguntou a Tôsu,
“E se um homem que morreu uma grande Morte volta à vida?”
Tôsu disse,
“Eu não permito caminhar por aí à noite. Venha durante o dia.”
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Super compêndio de música para relaxamento
São mais de 5 horas de música tocada em piano, dos seguintes compositores: Chopin, Schubert, Brahms, Beethoven, Grieg e outros:
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