quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Vídeo 6: Os Cinco Ensinamentos de Dawa Gyaltsen



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Vídeo 6 – Luz Clara é União

Eis a quarta parte dos ensinamentos de Dawa Gyaltsen.

Iniciamos por “visão é mente”, “mente é vazio”,

“vacuidade é luz clara”, “luz clara é união”.

Parte quatro é, isto é, “Luz Clara é União”, que é como uma resposta, mas a pergunta é: “o que é luz clara?”

Nossa experiência foi trabalhar com o medo, as dores e as emoções relacionadas com o medo.

Olhamos para o objeto do medo e não pudemos achar nada.

Essa é a nossa visão.

Então nos damos conta: é apenas a mente que restou.

Parte um.

E na parte dois nós buscamos “o que é a mente?”

Olhamos mais de perto e não pudemos encontrar nada com a mente.

A mente simplesmente está vazia.

E na parte três nos perguntamos: “O que é esse vazio?”

Vacuidade não é apenas vazio, não é um nada.

Justamente está cheio de vida, de consciência: “Vacuidade é Luz Clara”.

E na quarta parte: “O que é essa Luz Clara?”

A resposta é: “Luz Clara é União”.

Assim, se você olhar para essa frase “Luz Clara é união”,

temos duas palavras: clara e luz.

“Clara” referindo-se à vacuidade, abertura;

“Luz” referindo-se à consciência, luminosidade.

Ambas não são qualidades separadas e tampouco são experiências separadas.

São apenas uma experiência.

É como sabedoria, sabedoria única, uma única esfera de totalidade.

É muito importante entender isto, porque muitas vezes, em nossas experiências, ou se cai no niilismo ou no eternalismo.

Como muitas doutrinas fazem isso, bem como muitos meditadores, quando praticam, o fazem.

Vou lhes dar um exemplo simples: se você está meditando, habitando na natureza da

mente, residindo naquele espaço interno, há dois possíveis obstáculos que podem ocorrer.

Um é cair no niilismo.

O que isso significa?

Significa que você se sente vazio e essa vacuidade produz entorpecimento.

Produz falta de força vital, de consciência e lhe coloca para dormir.

Essa é uma possibilidade. A de cair no niilismo.

A outra possibilidade no momento em que você se senta na natureza da mente, no momento em que

você se senta naquela meditação da vacuidade, que você se converta num indivíduo mais criativo.

Todas as coisas relacionadas ao trabalho emergem.

Sua criatividade emerge.

Seus pensamentos surgem, todas as suas emoções emergem.

Basicamente, a mente se torna mais ativa do que antes.

Por que?

Por que quando a pessoa se dispõe a descansar, a mente se torna mais ativa?

Simplesmente porque ela não tem as experiências daquele espaço.

Não tem conexão com aquela base.

Não tem conexão com aquela mãe, a mãe interna, a essência interna.

Portanto, está sentindo e encarando todos esses pensamentos e emoções não convidados.

Isso simplesmente acontece o tempo todo em nossa experiência.

Portanto, essa é exatamente a razão pela qual se diz “ Luz Clara é União”.

Luz Clara é União.

Assim, não apenas filosoficamente elas estão unidas ou são inseparáveis; espiritualmente é assim

que a pessoa deve experimentar isso.

Logo, nos estágios de desenvolvimento de nossa prática dos ensinamentos quíntuplos de Dawa

Gyaltsen, chegamos ao quarto estágio de experiência, onde, ao nos sentarmos naquele espaço

interior, devemos ter um equilíbrio completo dessa abertura e consciência.

Dessa vacuidade e dessa claridade.

Então, o estágio inseparável entre vacuidade e claridade é muito importante.

De forma que o repassaremos brevemente:

Ao olhar para os objetos do seu medo, a visão, você não vê nada.

Então você olha para quem está olhando; você olha para o sujeito do ego; você não encontra nada.

Aí você olha para quem está observando e não há nada também.

Você daí experimenta uma completa espacialidade internamente. Completa espacialidade.

E você está plenamente consciente disso.

E essa consciência não é diferente dessa abertura.

Essa abertura não é diferente daquela consciência.

Não há separação. É um estado inseparável.

E você descansa neste estado inseparável.

Sem elaborar, sem analisar, sem julgar, sem nada.

Você simplesmente descansa nesse estado inseparável interno de abertura e consciência.

Toda vez que há visões vindo, você trabalha com a primeira parte da prática.

Observa a visão.

Seja quando for que este sujeito esteja tomando controle, você pergunta com a parte dois da prática.

“O que é a mente?”

E então a mente se dissolverá, qualquer objeto se dissolverá e você estará de volta àquela mesma

consciência aberta, ao estado inseparável de abertura e consciência.

Você simplesmente repousa ali.

Como disse antes, descanse por cinco minutos. Se você está acostumado a sentar-se para praticar

por um tempo maior, descanse por meia hora, uma hora.

Mas sempre se lembre que sentar pouco e com clareza é melhor do que sentar por muito tempo e

entorpecido.

É importante familiarizar-se com este estado de clareza.

Porque, imagine em nossa vida comum, por quanto tempo convivemos com essas histórias de

medo, com as emoções do medo?

Por quantas horas, consciente e inconscientemente?

Há momentos em que estamos conscientes disto e momentos em que sequer nos damos conta, mas ainda estaremos aptos a habitar isso.

Assim, a habilidade de mudar um hábito a partir deste lugar para descansar naquele puro estado de inseparável abertura e consciência demandará certo tempo e familiaridade.

Bem, de qualquer modo, o ponto principal aqui é o de simplesmente tentar descansar naquele estado inseparável de abertura e consciência o tão clara e demoradamente que você conseguir.

Repita isto e tente estar mais familiarizado com isto tanto quanto seja possível.