domingo, 5 de fevereiro de 2012

Vídeo 3: Os Cinco Ensinamentos de Dawa Gyaltsen



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Vídeo 3 - Visão é Mente

 

Então, a primeira parte da prática de Dawa Gyaltsen, dos  Ensinamentos quíntuplos de Dawa Gyaltsen, é “A visão é a mente.”

Assim, o que é a visão?

Visão é algo que temos em nossa mente, em nossa cabeça.

Por exemplo, a visão do medo.

A visão das cinco emoções negativas que estão relacionadas ao medo.

As dores que são causadas por esses cinco venenos.

E que são primordialmente causadas pelo medo.

Todas elas são nossa visão interna.

Temos essas experiências por causa de muitas razões.

Porque temos uma fundação, algo chamado de um corpo kármico conceitual.

Também podemos olhar para isto ou um aspecto disto como um corpo de dor.

Assim, um corpo kármico conceitual cria um corpo conceitual de dor.

E este corpo kármico conceitual não é apenas individual, às vezes pode ser também coletivo.

Podemos ter um corpo kármico conceitual coletivo com os membros de nossa família.

Então, temos um corpo de dor, um corpo de dor coletivo, com os membros da nossa família.

Temos um corpo coletivo de dor com o país do qual fazemos parte.

Deste modo, compartilhamos isso individual ou coletivamente.

Por causa disto, algumas vezes nossos medos não são necessariamente apenas parte de você mesmo, mas também parte de situações coletivas maiores.

Assim, se você olha isso de maneira ou coletiva ou individual, vamos olhar para esta visão, olhá-la bem de perto, neste exato momento: meu medo, minhas emoções negativas, os cinco venenos relacionados com esse medo, minha dor e confusão relativas a essa dor.

Minhas situações que estão causando dores a outras pessoas.

Que também estão relacionadas ao meu medo interno.

Você pode ver muitas camadas do seu medo.

Agora, neste exato momento.

Não estou falando do passado, não estou falando do futuro, estou falando deste exato momento na sua vida.

Então isto é como uma visão interna.

Em algum momento, alguma vez você olha mais de perto e descobre.”Não há nada!”.

Neste exato momento você pode ser tão feliz quanto consiga ser.

Pode estar tão entusiasmado quanto consiga estar.

Pode estar tão cheio de energia quanto seja possível.

Mas de algum modo, por seus condicionamentos e hábitos, você escolhe despertar esse medo, você escolhe habitar nesse medo e escolhe sofrer através desse medo.

Temos que mudar isso, ao saber que é isto que está nos acontecendo, que estamos contribuindo para isso ocorrer.

Portanto na primeira parte da prática, você senta em uma posição confortável, fecha os olhos e observa esta visão.

Apenas diga:

“Visão é mente.”

Somente olha essas imagens.

Visão é mente.

“Minha visão de meu medo é apenas minha mente.”

“Minha mente está criando estas visões”.

 

Então o que você pode fazer é dizer umas poucas vezes, somente para se recordar; aí você internamente observa-a mais de perto.

Cada vez mais de perto, mais perto, como se você estivesse examinando uma flor.

Você vai aproximando e olhando-a cada vez mais de perto.

É com os sentidos que você está olhando mais de perto.

Internamente, com uma consciência não conceitual que você se aproxima, cada vez mais, mais e mais de perto.

Assim, quando você observa mais de perto desse modo, o que ocorre é que estas visões se dissipam, como nuvens que se dissipam no céu.

Estas nuvens estão se dissipando porque o poderoso vento sutil da sua consciência as está soprando para longe.

Portanto, essas visões estão se aclarando.

Então você não vê nada!

Em certo ponto, você simplesmente não vê.

Todos esses objetos, todas essas histórias, simplesmente desaparecem.

 

E então, o que sobra?

Simplesmente a mente que os está tentando encontrar.

Tentando observar onde estão.

Apenas resta a mente, somente sobra  a consciência.

Desse modo, não há um objeto lá para ser encontrado.

O sujeito é deixado sem um objeto.

Então é o que isso significa:

“Visão é mente”.

Não estou encontrando o que estou procurando; ao invés disso, apenas estou encontrando quem está observando o objeto.

 

Nesta experiência , o que acontece?

Você apenas sente como: Ahffffffffffuuuuuuuu

Como se 40-50% do seu medo, de um pedaço do seu medo, tenha acabado de  se dissolver.

 

Todos os objetos e histórias relacionadas a esse medo como que diminuíram, se dissolveram.

Seu corpo, seu espírito, sua mente, sua respiração, tudo se tornou -  Aaaahfffffffffffffffffuuuuuu – muito mais leve.

E o que você faz? Você apenas repousa nessa leveza da mente.

Faça por 5 minutos, 10 minutos, 15 minutos, 1 hora, 2 horas...

Depende da sua habilidade para sentar-se em consciência.

 

Mas se você estiver acostumado a ficar  sentado em consciência, senta por mais tempo!

Porém, se você não estiver acostumado a sentar-se em consciência, sente por menos tempo, mas de forma clara!

Há muitos praticantes que sentam por muito tempo, mas sem clareza.

É melhor se sentar por menos tempo, mas claro.

Logo, mesmo que seja por 5 minutos, esse é um grande começo para você se  desenvolver.

Assim, o que você pode fazer é simplesmente repetir este exercício, encontrar essa leveza e sentar-se aí, por tanto tempo quanto possa.

Repita isso de novo, e de novo, e de novo.

Essa é a primeira parte da prática.