quinta-feira, 14 de junho de 2012

Super compêndio de música para relaxamento

São mais de 5 horas de música tocada em piano, dos seguintes compositores: Chopin, Schubert, Brahms, Beethoven, Grieg e outros:

quinta-feira, 29 de março de 2012

O Perdão é a Cura para o Medo

Como nos lembra o Dr. Austro Queiroz, O Perdão é a Cura para Todos os Males. Isso porque o medo é a causa de todos os males. Logo, quem puder curar-se do medo estará curado, automaticamente, de todos os males.

Culpa, Medo, Ódio


É um conceito muito conhecido de praticamente todo mundo é o de "Pecado original", que atesta que todo ser vivente vem à Terra maculado pelo "erro" que Adão e Eva teriam cometido no Paraíso, ao provarem do fruto da Árvore do Bem e do Mal.

Na verdade este "pecado original" não é como uma dívida que passa de geração a geração como uma herança maldita. Trata-se, isso sim, do sentimento de culpa que mantemos em nosso inconsciente no decorrer das incontáveis encarnações pelas quais venhamos a passar.

A briga com Deus


Tal culpa provém de que em um dado momento nós nos acreditamos separados de Deus. Isto é um delírio, pois é impossível separar-se de Deus, ou Deus não seria Deus.

Contudo, a alma se crê em separação, e isto gera a culpa. A culpa logo vira medo do julgamento divino (mas convém dizer que Deus não julga, pois julgamento não é uma característica de Sua Perfeição; quem julga é o ego). E para tentar aliviar a culpa e o medo inconscientes a alma passa a projetá-los na forma de ódio (e suas diversas manifestações, como agressão, julgamento, etc) sobre o outro e sobre Deus.

Só o perdão cura a culpa


Até que nos conscientizemos de que realmente não existe o outro, uma vez que somos todos Um só, viveremos cada instante de nossa vida acreditando que cometemos erros contra nossos semelhantes, ou contra Deus (o que gera culpa) ou que cometeram erros contra nós (o que gera ódio).

A única maneira de sair desse ciclo vicioso milenar é perdoando.

Em última análise, perdoando a si mesmo, mas querer abreviar o processo que necessariamente implica perdoar o outro seria uma forma risível de tentar trapacear com a Salvação.

O perdão é uma atitude mental


Assim como outras, perdoar é uma atitude que requer prática, que leva à perfeição.

Tanto uma criança não nasce sabendo falar e precisa aprender, e no começo ela mal consegue balbuciar sílabas soltas, quanto precisamos aprender a perdoar, e o começo pode ser bastante difícil.

No fundo todos são inocentes


Se desistirmos de achar que o mundo é real, quando na verdade ele não é mais do que um sonho, vamos constatar que todo e qualquer ser é um inocente que precisa perdoar e perdoar-se pelo que não fez (separar-se de Deus, embora o ego queira que você pense que está separado e que será punido por isso a não ser que arranje um bode expiatório que assuma a sua culpa inconsciente).

Mas como na verdade o Filho nunca se separou do Pai, este pecado que provoca tanta culpa não existiu. E tampouco o que percebemos como universo sequer um dia existiu.

E se o universo não existe, tudo é apenas um delírio,

A recompensa será divina


A prática do perdão continuado e irrestrito, incondicional, é a consequente Expiação de toda culpa incondicional, que leva ao bem estar e à paz constantes.

Perdoar o outro é perdoar a si mesmo.




Não deixe de ler:

  1. A Experiência do Medo no Caminho de Volta à Inocência

  2. O Medo da Origem é o Mal

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Vídeo 8: Os Cinco Ensinamentos de Dawa Gyaltsen



***
Texto do Video 8 - Conclusão

Assim, esta é a última parte, a conclusão dos Ensinamentos Quíntuplos de Dawa Gyaltsen.

Espero que para aqueles de vocês que os seguiram desde o principio até o fim, eles farão sentido.

Para aqueles de vocês que estejam vendo somente este seguimento, provavelmente ele não fará sentido.

Assim a recomendação é que retornem e vejam desde a parte um até a conclusão.

Faça a prática por tanto tempo quanto ela seja confortável e sinta que tem algo de resultado na prática antes de avançar até a segunda parte da prática.

Para aquele de vocês que fizeram a prática, podem ver que o benefício da prática é sentir realmente muito mais alegria na própria vida, muito mais significado na própria vida, e também encontrar uma solução para sair de situações nas quais você não deseja estar, como quando se sente

totalmente confuso, ou sentindo depressão, ou algo assim.

Você sabe que não tem que sentar aí.

Você tem um método, um meio para superar isso.

Pense nisso.

Em qualquer momento em que você se sinta deprimido, perdido, confuso, simplesmente pense sobre isto: você não tem que se sentar nesse lugar horas a fio.

Você não tem que sentar aí nem sequer por uma hora.

Você não tem que sentar aí e ir dormir a partir desse lugar.

Você não tem que fazer isso.

Porque você tem uma prática.

Assim, confia na prática.

Reze e faça a prática.

Pode ser que seja mais difícil algumas vezes, mas se confiar e continuar, isso vai mudar com certeza.

Desse modo, enfaticamente recomendo que confie em você mesmo, e que confie na prática.

Como parte da conclusão talvez diga apenas umas poucas palavras.

Sabe que temos estado trabalhando com o medo e todas as emoções negativas, dor e confusão relacionadas ao medo.

Naturalmente, você não tem que trabalhar somente com o medo.

O medo é uma emoção fundamental, subjacente, uma emoção subjacente a todos os cinco venenos.

Mas você pode trabalhar com qualquer um dos cinco venenos.

Por exemplo, vamos dar o exemplo de trabalhar com a raiva.

Quando você está realmente se sentindo com raiva, a raiva claramente tem um objeto.

E muito frequentemente é alguém, alguém que lhe decepcionou.

Desse modo, se você olhar para essa pessoa, essa é uma visão.

E essa é uma pessoa que está em sua cabeça, de quem você está com raiva.

Essa pessoa está em sua cabeça.

Essa pessoa não está lá fora.

Se a pessoa estivesse lá fora, então cada individuo deveria odiar essa pessoa.

Mas esse não é o caso.

Seu inimigo é o pai de alguém, um amigo amoroso de alguém, e alguém confiará naquela pessoa.

Alguém se preocupará com essa pessoa.

Alguém vai pensar maravilhas sobre aquela pessoa.

Muitas outras pessoas têm outro tipo de visão dessa pessoa.

Mas você acontece de ter uma visão cármica individual dessa pessoa.

E isso está em sua cabeça.

Assim, você olha para essa visão, e somente diga: “Visão é mente”.

Visão é mente.

Internamente ... olha essa imagem e diga simplesmente: “Visão é mente”.

Exatamente da mesma forma que fizemos com o medo, repita a mesma coisa.

Você percebe que essa pessoa não está aí.

E isso libera algo, provavelmente em nossa mente, nosso cérebro, em nosso corpo, de alguma forma isso libera certa energia que lhe faz sentir muito mais leve em relação a essa pessoa.

Desse modo, é possivel trabalhar com qualquer emoção; quando se trabalha com qualquer emoção,

quando se clarifica o objeto dessa emoção, se clarifica o sujeito dessa emoção, clarifica o espaço,

abertura, clarifica a consciência, e se tambem você é capaz de experimentar a união dessa consciência e abertura, então, o antídoto dessa emoção tem uma melhor chance de surgir.

Se você está trabalhando com a raiva, quando você sente que não há objeto para a raiva, e quando sente que não há realmente um sujeito que está com raiva, e sente que há um espaço lá fora, e sente que existe consciência dentro, e sente que você tem certa familiaridade e conexão e percepção

dessa consciência, isso naturalmente dará nascimemto ao amor.

Que significa isso?

Isso significa que você simplesmente sentirá mais amor, não um amor que você tentará ter de maneira forçada, mas o amor que sem esforço se manifestará no momento certo, na situação certa, porque não existem bloqueios aí.

Desse modo, como conclusão, somente quero dizer que este é um ensinamento muito precioso.

E é claro que alguma pessoa poderá dizer que isto é demasiado para fazer no youtube.

Mas toda língua tem limitações, toda experiência tem limitações.

E aqueles que estão destinados a entender, entenderão.

E aqueles que não estão destinados a entender, a Dakini manterá isto em secredo, e não poderão entender.

Não importa o quanto assistam.

E aqueles que estão destinados a entender, estou certo que vocês se conectarão, e terão alguma percepção e se beneficiarão dele.

Esta é minha prece.

Obrigado.

Vídeo 7: Os Cinco Ensinamentos de Dawa Gyaltsen



***
Texto do Vídeo 7 – União é Grande Gozo

Assim, esta é a última parte do ensinamento em 5 partes de Dawa Gyaltsen.

A linha é: “União é grande gozo”.

Se você observa nossa vida, todo dia em nossa vida, faz muito sentido.

Em qualquer momento em que somos capazes de nos conectar, isso nos faz sentir bem.

Quando você é capaz de conectar-se consigo mesmo, isso lhe faz sentir bem; quando você consegue se conectar com alguém, outra pessoa, isso faz bem; e lhe faz sentir bem, as pessoas têm uma relação... um dos pontos principais de uma relação é tentar fazer uma conexão em um nível físico, em um nível emocional, em um nível espiritual.

Em qualquer tempo, qualquer nível de conexão que você seja capaz de fazer, isso lhe faz sentir bem.

Quanto mais profunda for a conexão que você for capaz de fazer, melhores serão os sentimentos e menos dependentes das circunstancias externas.

Assim, muitas vezes isto é muito verdadeiro.

Se você está numa relação e é capaz de estabelecer somente uma relação física, isso é uma coisa.

Uma relação espiritual, uma relação mais centrada no coração, é uma outra experiência.

As conexões são fundamentais na vida humana.

As crianças não podem crescer apropriadamente a menos que exista uma conexão emocional com os pais, em particular uma conexão de amor.

Assim da mesma forma: “União é grande gozo”.

A união é sobre a conexão.

Assim, com conexão, ou através da conexão, muitas experiências surgem.

Muitas experiências, belas experiências.

Desse modo, a conexão entre a abertura e a consciência, quando essa conexão é desperta, quando essa conexão é familiar, quando essa conexão é absolutamente equilibrada, então a qualidade surge.

De outra forma você pode pensar: “Bem, posso descansar no vazio, mas o que isso vai fazer comigo?

Como vou ser feliz, somente descansando no vazio”?

Bem, somente descansar no vazio talvez não lhe faça se sentir feliz, mas se está descansando no estado inseparável de vazio e luz clara, isso lhe fará feliz.

Por exemplo: o exemplo seria quando você não sente nada em sua vida.

As pessoas se sentem perdidas, não reconhecidas, não queridas.

Rejeição, isolamento.

Quando se sente assim, que é isso? O que está sentindo?

Está se sentindo desconectado.

Está se sentindo desconectado de sua família; está se sentindo desconectado de seus colegas; está se sentindo desconectado de seus amigos e está se isolando.

E com sua desconexão, quando você se familiariza com essa desconexão, e quando reside nela, aí é quando começa a sentir dor e depressão.

Ao contrário, quando você sente conexão com essa abertura interna, conexão com essa luz interna e se familiariza com esse estado inseparável, ele dará à luz a esperança.

Dará nascimento aos quatro incomensuráveis e às dez prajnaparamitas (sabedoria perfeita).

Dará nascimento a todas as incontáveis qualidades iluminadas.

Desse modo, em nossas pequenas experiências de meditação, nessas cinco partes, lembre-se, regressamos à primeira parte, onde temos estado trabalhando com o medo.

Você não encontrou o objeto do medo; não encontrou o sujeito do medo.

Você encontrou uma abertura; encontrou uma luz dentro de si mesmo.

Você se tornou mais familiarizado com essa abertura e luz.

E se continuamente descansa nessa união, nessa conexão, o que se manifestará a partir desse lugar?

A esperança se manifestará, porque você tem estado trabalhando com o medo.

Você manifestará alegria relacionada a essa esperança, porque tem trabalhado com a dor relacionada a esse medo.

Chegará de maneira natural.

Simplesmente você tem que confiar.

A razão pela qual estou dizendo confiar é porque estas práticas são algo que você nunca escutou antes.

Você nunca fez isso em sua vida.

Você simplesmente tem que confiar um pouquinho antes de ter a experiência.

E uma vez que tenha a experiência, você confia na própria experiência.

Você não tem que confiar ou depender da explicação de ninguém mais.

Desse modo, simplesmente - eu creio que é importante aqui - confia nessa experiência e repousa nessa experiência uma vez mais, a experiência desse estado inseparável de abertura e consciência, tanto como seja possível.

E gradualmente permita – e esta é a palavra aqui - não faça, apenas permita - a esperança.

Permita a alegria.

Permita suas qualidades internas.

Porque você está pronto para dar nascimento, está pronto para transformar, está pronto para mudar.

Porque você tem suficiente familiaridade nesse espaço da união de abertura e consciência.

E o êxtase virá desse lugar.

Desse modo, o exemplo de “União é grande gozo” é como ... o vasto céu claro e a cálida e luminosa luz do sol.

A união dessa luz do sol luminosa e cálida e o vasto céu dá nascimento a muitos elementos – a terra, a água, o fogo.

Todos os elementos naturais vem a existir.

E desses elementos naturais, então imagina as árvores frutíferas; e imagina nesse céu claro a calidez desse sol tocando essas árvores, tocando esses frutos.

E gradualmente devido a esse céu claro, devido ao calor do sol, esses frutos amadurecem.

E o fruto é o êxtase, para aqueles que o necessitam.

Desse modo esse é o exemplo.

A alegria, a alegria interna, é o fruto que amadureceu com o calor da consciência nesse vasto céu.

Vídeo 6: Os Cinco Ensinamentos de Dawa Gyaltsen



***
Vídeo 6 – Luz Clara é União

Eis a quarta parte dos ensinamentos de Dawa Gyaltsen.

Iniciamos por “visão é mente”, “mente é vazio”,

“vacuidade é luz clara”, “luz clara é união”.

Parte quatro é, isto é, “Luz Clara é União”, que é como uma resposta, mas a pergunta é: “o que é luz clara?”

Nossa experiência foi trabalhar com o medo, as dores e as emoções relacionadas com o medo.

Olhamos para o objeto do medo e não pudemos achar nada.

Essa é a nossa visão.

Então nos damos conta: é apenas a mente que restou.

Parte um.

E na parte dois nós buscamos “o que é a mente?”

Olhamos mais de perto e não pudemos encontrar nada com a mente.

A mente simplesmente está vazia.

E na parte três nos perguntamos: “O que é esse vazio?”

Vacuidade não é apenas vazio, não é um nada.

Justamente está cheio de vida, de consciência: “Vacuidade é Luz Clara”.

E na quarta parte: “O que é essa Luz Clara?”

A resposta é: “Luz Clara é União”.

Assim, se você olhar para essa frase “Luz Clara é união”,

temos duas palavras: clara e luz.

“Clara” referindo-se à vacuidade, abertura;

“Luz” referindo-se à consciência, luminosidade.

Ambas não são qualidades separadas e tampouco são experiências separadas.

São apenas uma experiência.

É como sabedoria, sabedoria única, uma única esfera de totalidade.

É muito importante entender isto, porque muitas vezes, em nossas experiências, ou se cai no niilismo ou no eternalismo.

Como muitas doutrinas fazem isso, bem como muitos meditadores, quando praticam, o fazem.

Vou lhes dar um exemplo simples: se você está meditando, habitando na natureza da

mente, residindo naquele espaço interno, há dois possíveis obstáculos que podem ocorrer.

Um é cair no niilismo.

O que isso significa?

Significa que você se sente vazio e essa vacuidade produz entorpecimento.

Produz falta de força vital, de consciência e lhe coloca para dormir.

Essa é uma possibilidade. A de cair no niilismo.

A outra possibilidade no momento em que você se senta na natureza da mente, no momento em que

você se senta naquela meditação da vacuidade, que você se converta num indivíduo mais criativo.

Todas as coisas relacionadas ao trabalho emergem.

Sua criatividade emerge.

Seus pensamentos surgem, todas as suas emoções emergem.

Basicamente, a mente se torna mais ativa do que antes.

Por que?

Por que quando a pessoa se dispõe a descansar, a mente se torna mais ativa?

Simplesmente porque ela não tem as experiências daquele espaço.

Não tem conexão com aquela base.

Não tem conexão com aquela mãe, a mãe interna, a essência interna.

Portanto, está sentindo e encarando todos esses pensamentos e emoções não convidados.

Isso simplesmente acontece o tempo todo em nossa experiência.

Portanto, essa é exatamente a razão pela qual se diz “ Luz Clara é União”.

Luz Clara é União.

Assim, não apenas filosoficamente elas estão unidas ou são inseparáveis; espiritualmente é assim

que a pessoa deve experimentar isso.

Logo, nos estágios de desenvolvimento de nossa prática dos ensinamentos quíntuplos de Dawa

Gyaltsen, chegamos ao quarto estágio de experiência, onde, ao nos sentarmos naquele espaço

interior, devemos ter um equilíbrio completo dessa abertura e consciência.

Dessa vacuidade e dessa claridade.

Então, o estágio inseparável entre vacuidade e claridade é muito importante.

De forma que o repassaremos brevemente:

Ao olhar para os objetos do seu medo, a visão, você não vê nada.

Então você olha para quem está olhando; você olha para o sujeito do ego; você não encontra nada.

Aí você olha para quem está observando e não há nada também.

Você daí experimenta uma completa espacialidade internamente. Completa espacialidade.

E você está plenamente consciente disso.

E essa consciência não é diferente dessa abertura.

Essa abertura não é diferente daquela consciência.

Não há separação. É um estado inseparável.

E você descansa neste estado inseparável.

Sem elaborar, sem analisar, sem julgar, sem nada.

Você simplesmente descansa nesse estado inseparável interno de abertura e consciência.

Toda vez que há visões vindo, você trabalha com a primeira parte da prática.

Observa a visão.

Seja quando for que este sujeito esteja tomando controle, você pergunta com a parte dois da prática.

“O que é a mente?”

E então a mente se dissolverá, qualquer objeto se dissolverá e você estará de volta àquela mesma

consciência aberta, ao estado inseparável de abertura e consciência.

Você simplesmente repousa ali.

Como disse antes, descanse por cinco minutos. Se você está acostumado a sentar-se para praticar

por um tempo maior, descanse por meia hora, uma hora.

Mas sempre se lembre que sentar pouco e com clareza é melhor do que sentar por muito tempo e

entorpecido.

É importante familiarizar-se com este estado de clareza.

Porque, imagine em nossa vida comum, por quanto tempo convivemos com essas histórias de

medo, com as emoções do medo?

Por quantas horas, consciente e inconscientemente?

Há momentos em que estamos conscientes disto e momentos em que sequer nos damos conta, mas ainda estaremos aptos a habitar isso.

Assim, a habilidade de mudar um hábito a partir deste lugar para descansar naquele puro estado de inseparável abertura e consciência demandará certo tempo e familiaridade.

Bem, de qualquer modo, o ponto principal aqui é o de simplesmente tentar descansar naquele estado inseparável de abertura e consciência o tão clara e demoradamente que você conseguir.

Repita isto e tente estar mais familiarizado com isto tanto quanto seja possível.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Vídeo 5: Os Cinco Ensinamentos de Dawa Gyaltsen



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Vídeo 5 – O Vazio é Luz Clara

Então, a terceira parte dos ensinamentos de Dawa Gyaltsen é: Vazio É Luz Clara.

A primeira parte foi “Visão é Mente”; a segunda parte foi “Mente é Vazio” e agora temos “Vazio é

Luz Clara”.

Isso é como uma resposta.

A pergunta é: O que é o Vazio?

Em nossa experiência desta prática, nós estamos olhando para o medo, todas as visões e sofrimentos

do medo.

E quando olhamos de perto para elas, não encontramos nada como objeto.

Então olhamos para o sujeito, o que é a Mente?

Não pudemos encontrar nada sólido, nenhuma existência inerente à mente tampouco.

A mente é simplesmente vazia.

E o que é o vazio?

Esta é a busca que nós queremos fazer.

Na sua experiência, não encontrar nada do seu medo, seja interna ou externamente, não encontrar

este medo, ego, e quanto mais você olha de perto e de mais perto dentro, isso tudo apenas se

dissolve completamente, e se transforma em nada.

Basicamente você não encontra nada, nada, nada.

O que isso significa?

Significa que nada está lá, quando você experimenta este nada?

Você não encontra nada, não vê nada.

O que isso significa? É isso o nada?

Não!

E essa é exatamente a razão porque a terceira pergunta é muito importante.

Porque, muitas vezes, ainda que filosoficamente, muitas crenças e doutrinas caíram nesta visão

niilista, que significa que praticantes, em suas experiências, caíram na negação.

Basicamente, em um momento que eles não veem nada, dizem: - Ok, então não há nada.

Então, novamente eles vão, do mesmo modo, para um nada muito profundo.

E este nada pode também causar a depressão.

Rigidez, como os militares, dureza em seu corpo, sua respiração, seu comportamento.

Esta é uma questão muito importante.

É por isso que perguntamos: O que é esse vazio?

Então, Vazio é Luz Clara!

Vazio é Plenitude.

Esse vazio é a fonte de todas as qualidades.

Esse vazio, essa abertura é a solução.

Essa abertura é como uma mãe que dá a luz a uma criança.

Esse espaço é como a terra onde cresce toda a vegetação.

Esse espaço é como o céu, onde todas as estrelas e planetas existem.

A única maneira deles existirem, de conhecerem seu potencial em sua luminosidade, em sua energia

dinâmica, em seu aspecto dela.

Traduzindo de forma simples, na nossa própria experiência neste momento é a qualidade de

despertar, o despertar.

Não o nada, mas o despertar! Estar consciente disso.

Assim, na prática, quando você olha dentro disso, procurando a sua mente, você não encontra nada.

Este é o lugar onde deixamos nossa última prática: Eu não encontro nada.

Não há ego, não há eu, não há minha mente que eu possa identificar em um lugar.

Isso se tornou somente como um espaço.

Estar consciente disso!

Olhar essa consciência, sentir a consciência disso.

Essa consciência é como a luz do sol.

Se não há nuvens no céu, você olha através do céu claro para o sol, e então você vê a luminosidade

da luz do sol.

A ausência de nuvens ajuda a ver o céu, a presença do céu ajuda a ver a luminosidade do sol.

A ausência do medo, como visão, medo como sujeito, ajuda a ver nossa abertura, nossa abertura

interior.

A presença de nossa abertura interior ajuda a ver nossa consciência como luminosidade interior.

Você pode vê-la?

Pode senti-la?

Então, não é apenas um nada, é simplesmente um completo despertar, plena luz do sol.

Apenas esteja nesse alerta, nessa vivacidade.

Conecte-se com ela.

Assim, quanto mais você se conecta com essa consciência, menos chance você tem de cair no

niilismo, na negação.

Se você olhar, muitas vezes as pessoas fazem práticas sentadas, - eu visitei alguns lugares, alguns

grupos onde eles fazem a prática sentados, eu pude ver que eles estão em boas posições num

primeiro momento, e depois de, 10 minutos mais tarde, todos estão fazendo esta posição (pendendo

a cabeça sobre o peito).

O que é isso? Isso é não-consciência.

Isso é claramente yoga da posição de dormir.

Eles caíram no sono, e pensam que estão repousando na natureza da mente, ou sentados no vazio,

mas não estão.

Por quê?

Talvez, no começo, eles tenham tido uma experiência de vazio, e então, por falta de clareza, eles

caíram em entorpecimento, e esse entorpecimento os colocou em um sono profundo.

Eles não estão acordados, eles não são nem capazes de manter suas cabeças eretas.

Isso é um sinal de falta de consciência.

Assim, é muito importante não apenas ter uma experiência de esvaziamento na terceira prática, de

estar consciente desse esvaziamento, de estar nesse estado de consciência, e continuamente ir se

tornando familiarizado com essa consciência.

Vídeo 4: Os Cinco Ensinamentos de Dawa Gyaltsen


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Vídeo 4 - A Mente é Vazio

Então, a segunda parte dos cinco ensinamentos de Dawa Gyaltsen é - Mente é Vazio –

Basicamente, a segunda linha é chamada de: a mente é vazio.

Basicamente esta é a resposta da pergunta: o que é a mente?

Porque, a primeira parte foi – Visão é Mente, então nós encontramos que Visão é a Mente, não há

nada sólido dentro dela.

A próxima pergunta é: o que é a mente?

Por isso a resposta é: A Mente é Vazio.

Isto é simplesmente uma pergunta intelectual e uma resposta intelectual.

Mas, como essa pergunta se aplica a alguém, a mim, em nossa vida?

Como essa resposta faz sentido na experiência, no nível experiencial para nós mesmos, de forma

que se torne a fundação ou causa de um novo desenvolvimento?

Isto é importante, estar consciente, saber.

Então, como exercício, como prática que isto pode ser, claro, não há maneira de fazer a segunda

parte da prática sem fazer a primeira parte da prática.

Para aqueles que não o fizeram, recomendo fortemente que o façam.

Agora, se você já fez a primeira parte, o que é por se dizer a visão da dor, visão das emoções

negativas, visão do medo, tendo essas visões internas, e dizendo: o que é isto?

E claramente percebendo que não há nada sólido ali. É apenas minha mente.

Agora, especificamente, neste momento, quando você compreende isto, você se pergunta:

- O que é minha mente?

Onde está a minha mente?

De onde ela vem?

Aonde ela está, para onde está indo?

Tem ela uma cor especifica, uma forma, uma localização, alguma consistência?

Apenas se faça essas perguntas.

Mas não faça muitas perguntas de forma intelectual, olhe internamente numa observação dos seus

sentidos.

Não pensamentos analíticos, mas como observação pelos sentidos.

Olhe com sua consciência, consciência não conceitual.

Olhe isso!

Aonde está a minha mente?

De onde ela vem?

Aonde ela fica, para onde vai?

Apenas olhe internamente, olha perto, mais perto, mais perto e mais perto ... e aí acontece a mesma

coisa.

Aquele medo, aquela dor, aquele eu... eu – o ego, se dissipa!

Um depois do outro, todos se dissipam.

Novamente, do mesmo modo que antes, como as nuvens se dissipando, se dissolvendo no céu.

Por que estas nuvens estão se dissolvendo no céu?

Porque, aqui, o sutil vento da nossa consciência interna está soprando em direção do nosso ego, em

direção daquele medo, daquela dor.

E por causa deste vento, estas nuvens internas de ego e dor estão se dissipando neste céu interno

vasto.

Gradualmente, lentamente, estão se dissipando, dissipando.

E o que você encontra?

Você encontra uma nova grande descoberta de abertura, uma nova dimensão, abertura, que você

experimenta internamente.

O que você sente?

Você sente muita liberação, liberdade, paz, e possibilidades naquele espaço.

O único meio disso acontecer é quando você aprende como observar diretamente.

Em outras palavras, como observar não-conceitualmente, sem pensamentos.

Da mesma forma que os sentidos observam.

Neste caso você está observando a mente, não a visão.

Na segunda prática, você observa a mente, não a visão.

Na primeira prática você observa a visão, não a mente.

Você observa, observa, observa... e ela se dissipa.

E então você se sente como completamente, em 100% de abertura.

Porque, na primeira prática, quando você fez, se sentiu como se a visão do medo tinha dissolvido.

Na segunda parte da prática você sentiu que o próprio medo se dissolveu. A dor, ela mesma, se

dissolveu.

Então, a habilidade de fazer isto, de novo e de novo, lhe faz sentir uma completa experiência de

abertura.

E o que você faz nesse momento?

O mesmo que antes, você repousa na abertura interna, nessa vastidão interna.

Sem elaborar nada, sem analisar, sem julgar nada, simplesmente repousa nesta interna vastidão,

onde você está sentindo uma sensação de paz sem medo e dor.

E não é só o medo e a dor, mas o medo e a dor que você está sentindo fortemente neste momento

particular de sua vida.

Este é o remédio para essa dor e esse medo.

Isto não apenas vai lhe ajudar a curar seu próprio medo e dor, isto também vai ajudar-lhe a curar a

dor coletiva, e medos coletivos, que compartilhamos com nossos membros familiares, que

compartilhamos com nossos amigos próximos, e também num sentido maior, de país.

Num sentido global de medo coletivo que temos.

Isto ajudará!

Com certeza, as pessoas imediatas com quem você tem uma ligação emocional muito próxima, vai

ajudá-los também.

Toda vez que você se sentir em abertura, isto vai afetar a todos que estão relacionados com você.

Então, a segunda parte da prática, a pergunta é : o que é a mente, e a experiência de que a mente é

vazia.

Então, em qualquer momento, qualquer momento, mente é sempre clara.

Então, apenas pense sobre isso, como última coisa, não importa o quão dolorido você esteja, não

importa o quão amedrontado você esteja, não importa o quão confuso você se sente, apenas

compreenda que, em cada momento, se você olhar diretamente para sua mente, aquelas nuvens vão

se dissolver e você vai encontrar sua paz interna, sua abertura interna.

Em qualquer momento dado, elas estão sempre lá, e você tem a porta.

Você apenas tem que olhar na direção certa, da maneira correta.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Vídeo 3: Os Cinco Ensinamentos de Dawa Gyaltsen



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Vídeo 3 - Visão é Mente

 

Então, a primeira parte da prática de Dawa Gyaltsen, dos  Ensinamentos quíntuplos de Dawa Gyaltsen, é “A visão é a mente.”

Assim, o que é a visão?

Visão é algo que temos em nossa mente, em nossa cabeça.

Por exemplo, a visão do medo.

A visão das cinco emoções negativas que estão relacionadas ao medo.

As dores que são causadas por esses cinco venenos.

E que são primordialmente causadas pelo medo.

Todas elas são nossa visão interna.

Temos essas experiências por causa de muitas razões.

Porque temos uma fundação, algo chamado de um corpo kármico conceitual.

Também podemos olhar para isto ou um aspecto disto como um corpo de dor.

Assim, um corpo kármico conceitual cria um corpo conceitual de dor.

E este corpo kármico conceitual não é apenas individual, às vezes pode ser também coletivo.

Podemos ter um corpo kármico conceitual coletivo com os membros de nossa família.

Então, temos um corpo de dor, um corpo de dor coletivo, com os membros da nossa família.

Temos um corpo coletivo de dor com o país do qual fazemos parte.

Deste modo, compartilhamos isso individual ou coletivamente.

Por causa disto, algumas vezes nossos medos não são necessariamente apenas parte de você mesmo, mas também parte de situações coletivas maiores.

Assim, se você olha isso de maneira ou coletiva ou individual, vamos olhar para esta visão, olhá-la bem de perto, neste exato momento: meu medo, minhas emoções negativas, os cinco venenos relacionados com esse medo, minha dor e confusão relativas a essa dor.

Minhas situações que estão causando dores a outras pessoas.

Que também estão relacionadas ao meu medo interno.

Você pode ver muitas camadas do seu medo.

Agora, neste exato momento.

Não estou falando do passado, não estou falando do futuro, estou falando deste exato momento na sua vida.

Então isto é como uma visão interna.

Em algum momento, alguma vez você olha mais de perto e descobre.”Não há nada!”.

Neste exato momento você pode ser tão feliz quanto consiga ser.

Pode estar tão entusiasmado quanto consiga estar.

Pode estar tão cheio de energia quanto seja possível.

Mas de algum modo, por seus condicionamentos e hábitos, você escolhe despertar esse medo, você escolhe habitar nesse medo e escolhe sofrer através desse medo.

Temos que mudar isso, ao saber que é isto que está nos acontecendo, que estamos contribuindo para isso ocorrer.

Portanto na primeira parte da prática, você senta em uma posição confortável, fecha os olhos e observa esta visão.

Apenas diga:

“Visão é mente.”

Somente olha essas imagens.

Visão é mente.

“Minha visão de meu medo é apenas minha mente.”

“Minha mente está criando estas visões”.

 

Então o que você pode fazer é dizer umas poucas vezes, somente para se recordar; aí você internamente observa-a mais de perto.

Cada vez mais de perto, mais perto, como se você estivesse examinando uma flor.

Você vai aproximando e olhando-a cada vez mais de perto.

É com os sentidos que você está olhando mais de perto.

Internamente, com uma consciência não conceitual que você se aproxima, cada vez mais, mais e mais de perto.

Assim, quando você observa mais de perto desse modo, o que ocorre é que estas visões se dissipam, como nuvens que se dissipam no céu.

Estas nuvens estão se dissipando porque o poderoso vento sutil da sua consciência as está soprando para longe.

Portanto, essas visões estão se aclarando.

Então você não vê nada!

Em certo ponto, você simplesmente não vê.

Todos esses objetos, todas essas histórias, simplesmente desaparecem.

 

E então, o que sobra?

Simplesmente a mente que os está tentando encontrar.

Tentando observar onde estão.

Apenas resta a mente, somente sobra  a consciência.

Desse modo, não há um objeto lá para ser encontrado.

O sujeito é deixado sem um objeto.

Então é o que isso significa:

“Visão é mente”.

Não estou encontrando o que estou procurando; ao invés disso, apenas estou encontrando quem está observando o objeto.

 

Nesta experiência , o que acontece?

Você apenas sente como: Ahffffffffffuuuuuuuu

Como se 40-50% do seu medo, de um pedaço do seu medo, tenha acabado de  se dissolver.

 

Todos os objetos e histórias relacionadas a esse medo como que diminuíram, se dissolveram.

Seu corpo, seu espírito, sua mente, sua respiração, tudo se tornou -  Aaaahfffffffffffffffffuuuuuu – muito mais leve.

E o que você faz? Você apenas repousa nessa leveza da mente.

Faça por 5 minutos, 10 minutos, 15 minutos, 1 hora, 2 horas...

Depende da sua habilidade para sentar-se em consciência.

 

Mas se você estiver acostumado a ficar  sentado em consciência, senta por mais tempo!

Porém, se você não estiver acostumado a sentar-se em consciência, sente por menos tempo, mas de forma clara!

Há muitos praticantes que sentam por muito tempo, mas sem clareza.

É melhor se sentar por menos tempo, mas claro.

Logo, mesmo que seja por 5 minutos, esse é um grande começo para você se  desenvolver.

Assim, o que você pode fazer é simplesmente repetir este exercício, encontrar essa leveza e sentar-se aí, por tanto tempo quanto possa.

Repita isso de novo, e de novo, e de novo.

Essa é a primeira parte da prática.

 

Vídeo 2: Os Cinco Ensinamentos de Dawa Gyaltsen



***

Texto completo das legendas:

INTRODUÇÃO II


 

Para introduzir os ensinamentos quíntuplos de Dawa Gyaltsen: a visão é a mente; mente é vazio; vazio é luz clara; luz clara é união e união é grande gozo.

 

O que isso significa?

 

Basicamente, isso significa que sua visão, seja interna ou externa, particularmente aquelas visões internas, como uma visão de medo, uma visão de dor medrosa, sofrimentos relacionados ao medo, confusões relacionadas ao medo, raivas relacionadas ao medo, todas as estórias relacionadas a esse medo, se você examiná-las, todas são visões internas.

Você fecha seus olhos, estão apenas na sua cabeça. Está em sua visão. Provavelmente não há muito lá fora.

Assim, olhe para todas essas coisas em sua cabeça: essa é sua visão.

Então, se você entender verdadeiramente que essa é  sua visão interna, que está tudo em sua cabeça, então o que acontece?

Assim é como você entende que "essa visão é apenas minha mente".

Apenas minha mente criou uma visão.

Então uma segunda pergunta vem: o que é a mente?

Nesse momento, olhamos segunda parte da prática: a busca pelo que é a mente.

O que é  uma mente?

O que é minha mente?

Quem sou eu?

Como é minha mente?

De onde ela vem?

Onde ela fica?

Para onde ela está  indo?

Está  em algum lugar?

Você  procura por isso internamente, direta e claramente, sem análise. Quando você faz isso, você realiza uma experiência interna. Uma experiência interna na qual você não encontra nada!

Ao invés disso, você encontra vastidão interna, abertura interna, despertar interior.

Essa é  a experiência que você  tem.

Quando você  obtém isso, mas não encontra nenhuma mente a ser detectada, esta é a experiência da  segunda parte da prática.

Então assim a questão é, não consigo encontrar a mente.

A mente é basicamente vazia.

E de que se trata essa vacuidade?

De que se trata esse espaço?

De que se trata esse nada?

De que se trata esse ilimitado?

Assim a jornada não para aqui ao não encontrar sua mente, a jornada continua.

Portanto o terceiro passo é encontrar o que é essa vacuidade.

Esta é  a razão pela qual é  importante formular a pergunta: o que é essa vacuidade?

Porque muitas vezes, quando as pessoas buscam a mente e não encontram nada, elas caem numa armadilha niilista: "Oh, não há nada ali!”

Logo, não há nada com o que se preocupar".

A pessoa cai no niilismo, na negação e na falta de consciência na prática.

É por isso que você se pergunta: o que é essa vacuidade?

É por esse motivo se diz que "Vacuidade é  luz clara".

Assim você  faz essa pergunta e, em seguida, observa esse espaço.

Não há  nada, mas você pode estar plenamente consciente desse nada.

Você pode estar totalmente desperto nesse nada.

Você  pode estar plenamente vivo nesse nada!

Como um sol pode estar brilhando sem nuvens no céu claro nesse nada.

Assim a luz do sol é uma parte muito importante desse espaço vazio, desse céu vazio.

Você  olha para aquele céu claro e você vê a luz do sol.

Você olha através desse vácuo, através dessa abertura, você vê a consciência da mente.

É por isso que a terceira parte é chamada de "Vacuidade é  luz clara."

Assim, chegamos  à quarta parte e você diz:

"O que é  luz clara?"

Procurei a mente e não pude achar nada. É totalmente vazia.

Examinei essa vacuidade e não vejo nada. Só vejo um pouco de consciência pura.

Agora, o que é essa consciência pura?

Essa é então a  quarta pergunta: luz clara é união.

Essa é  a resposta para a quarta pergunta. Luz clara é união basicamente significa, são duas palavras, luz e clara, que ambas são união.

Clara se referindo ao aspecto da vacuidade, a luz se referindo ao aspecto da  consciência.

Sim, ela está  vazia, mas você tem que estar consciente.

Sim você  tem que estar consciente, mas sem perder a conexão com a vacuidade.

É isso que quer dizer.

Assim, luz clara é união.

É claro que a palavra  "união"  é mais usada no  Tantra,  enquanto no  Dzogchen a palavra "inseparável"  é mais utilizada.

Mas na experiência verdadeira não faz tanta diferença para nosso sentido comum.

A coisa mais importante  é que na sua experiência quando você sentir essa união, quando sentir esse estado inseparável, isso é tudo o que importa.

Assim o quarto ponto, "luz clara é união", é muito importante porque, quando as pessoas têm experiências de luz, ou as pessoas têm experiências de clareza, de qualidades, como compaixão ou amor, às vezes é possível perder a conexão com a base, com a vacuidade.

Por isso o aspecto da união é muitíssimo importante.

Assim, se há uma união, então você apenas repousa nessa experiência.

Essa é a fruição da quarta parte da prática.

A última parte é  a quinta parte da prática. Também é uma afirmação simples que diz: "União é grande gozo".

A união de vacuidade e clareza é grande gozo. Assim, grande gozo, gozo é como um despertar interno.

Como uma experiência interna, como uma alegria interna.

Claro, todos nós podemos ter experiências de alegria em nossa vida comum.

Podemos dizer: "Oh, que beleza!" ou "Estou muito feliz hoje!".

Estas alegrias não são a mesma coisa. Quando você tem a experiência de união, isso é grande gozo.

União é grande gozo.

Esse gozo é como um despertar espiritual, porque vem da percepção de uma qualidade interna, a percepção da natureza da mente.

Por isso, é como um verdadeiro despertar, um verdadeiro gozo, gozo sem esforço.

Gozo espontâneo.

Se você olhar para essa experiência, particularmente para cada experiência de que viemos falando desde o começo, trabalhando com o medo e com tudo da mente que está relacionado com o medo, as emoções negativas, dor, sofrimento e da confusão relativa ao medo, se você olha todos esses aspectos da mente, eles podem se converter nessa bem-aventurança, podem se tornar esse despertar, quando se segue essas cinco sequências principais.

Assim, uma maneira simples dizer seria, você começa com a dor ou o medo e quando percebe que essa é sua  visão,  que é uma visão; e que a visão é a mente, que a mente é vazia; que a vacuidade da mente é luz clara; que luz clara é união; então essa visão dolorosa pode se tornar um grande gozo.

Assim, a conclusão é que uma dor pode se liberar em um grande gozo.

Vídeo 1: Introdução a Os Cinco Ensinamentos de Dawa Gyaltsen

Esta é uma série de 8 vídeos de Ensinamentos Dzogchen feita pelo mestre budista tibetano Geshe Tenzin Wangyal Rinpoche, em que ele explica a essência do ensinamento do coração de Dawa Gyaltsen, um Mestre de Meditação Budista da tradição tibetana Bon, do século 8.

Estes ensinamentos são projetados para guiar o praticante à raiz de si mesmo, à experiência clara e gozosa que é a verdadeira natureza da mente.

Como é pedido pelo mestre tibetano, que as pessoas repassem este conhecimento adiante, a equipe deste site fez uma tradução da prática a partir dos ensinamentos em inglês do mestre.

Desta forma, colocaremos abaixo de cada vídeo o texto das legendas em português.

A única ressalva que fazemos aqui é pela escolha da palavra para traduzir Bliss. O mestre budista usa a palavra Bliss, sempre a mesma, para a experiência de êxtase mais alto; as legendas dos vídeos variam entre bem-aventurança, graça, êxtase, beatitude, gozo, etc, mas no original é sempre Bliss.

Assim, caro leitor ou leitora, se você prefere usar uma outra, sinta-se à vontade para isso.

Este é o link para o canal do Ligmincha Institute no Youtube.

Segue o primeiro vídeo:

 



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Vídeo 1 -   Introdução

 

Esta é a continuação dos ensinamentos no Youtube.

Sei que muitos de vocês tem seguido meus últimos ensinamentos aqui no Youtube.

Ensinamentos sobre as Sílabas-Semente do Guerreiro.

Tenho recebido vários relatos maravilhosos de muitas pessoas.

Estou muito feliz de saber disso e decidi fazer mais.

Pois isto está continuamente a beneficiar muitas pessoas e isso parece claramente uma maravilhosa, uma verdadeira ferramenta – a mídia é uma ferramenta maravilhosa, a tecnologia é uma ferramenta maravilhosa para ultrapassar as fronteiras, muitas fronteiras e somos capazes de fazer isso.

Não é preciso ir até muitas pessoas e todas essas pessoas não precisam vir até mim e ainda assim é possível comunicar alguns ensinamentos.

Estou muito feliz de estar fazendo isso.

Para àqueles que tem visto e tem realmente tentado seguir seriamente as práticas,estou muito feliz que estejam fazendo isso.

Mas se isso também é muito significativo para você, então lhe peço que faça outras pessoas saberem disso.

Basicamente tomando uma pequena iniciativa de juntar um punhado de endereços e informar outras pessoas que possam se beneficiar, seus amigos e assim por diante.

Estou pedindo especialmente àqueles de vocês  que sintam que isso lhes seja de benefício.

É assim que podemos compartilhá-lo com  mais pessoas.

Eu me sentirei maravilhado por estar pondo meu esforço e energia para fazer isso e também meus alunos estão me apoiando para  fazê-lo.

Na tradição Budista do Bön, nossa meta de vida é alcançar a liberação completa da Buditude.

A natureza búdica está em cada ser senciente.

Não apenas seres humanos, mas cada inseto e qualquer animal, todos eles tem a mesma natureza búdica.

Uma parte importante do significado dessa nossa vida é alcançar isso.

 

Assim, no Dharma, há três vias principais:

Uma é chamada de trilha da renúncia; basicamente você renuncia às suas negatividades, suas emoções negativas, seus pensamentos negativos a qualquer tempo que surjam.

Assim você aprende a controlar e a renunciar.

Esse é mais o caminho do Sutra.

 

A segunda via é a trilha da transformação, a via do Tantra.

Basicamente, não necessariamente se renuncia às coisas, se renuncia aos cinco venenos, à ignorância.

Se tenta trabalhar com esses cinco venenos e transformar essas cinco energias nas cinco sabedorias.

Basicamente, esta é a trilha da transformação.

 

E finalmente a trilha da liberação, que é a trilha do Dzogchen, que é muito mais como não renunciar aos seus cinco venenos ou às suas emoções negativas, ou não tentar trabalhar e transformar e modificar as emoções negativas.

Ao invés disso, deixá-las como elas são, onde elas estão, não as seguindo, nem elaborando sobre elas, apenas deixando tudo como está.

E quando você deixa essas emoções negativas como elas estão, elas não tem nenhum poder próprio para continuar.

O que acontece é que elas se liberam por si mesmas.

Isto é chamado de "auto-liberação".

 

A metáfora para esses três caminhos é como o exemplo do veneno de planta.

A pessoa comum não é capaz de usá-la, se comê-la, morre.

Portanto tudo que você faz é tentar renunciá-la, jogá-la fora.

Guardar num lugar em que as crianças não possam tocá-la, em que ninguém possa tocá-la.

Este é o caminho da renúncia.

Ou médicos que tenham perícia e conhecimento para transformá-la, então o médico adiciona algumas outras plantas medicinais e transforma aquele veneno num remédio e cura uma doença.

Logo, é como o caminho do Tantra, a trilha da transformação.

E o pavão come o veneno, mas o pavão não precisa renunciar a ele ou tentar mudá-lo e transformá-lo.

O pavão come o veneno tal como ele é.

O que o veneno faz ao pavão é ressaltar a cor e a beleza da vida do pavão.

Essa é a abordagem do Dzogchen.

Esses são os três principais métodos da trilha para a liberação.

Eles são todos importantes, igualmente importantes.