segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Encarando o tabagismo sem medo

Se você é fumante, certamente já deve ter pesquisado um pouco ou muito sobre os malefícios do cigarro à sua saúde.

Aliás, dificilmente uma pessoa que gosta de fumar seu cigarrinho está inconsciente dos efeitos dele em seu organismo. Eu mesmo, com 17 anos, já tinha lido muito sobre esse assunto.

Cheguei a fumar dois maços por dia. Mas parei aos 19, abruptamente. Mais tarde, já com mais de 25 anos, voltei a fumar, esporadicamente. Depois parei de novo. Há alguns anos, voltei de novo ao hábito, mas sempre de maneira espaçada, com dois ou três ao dia. Ás vezes um e outras vezes nenhum. E estou notando que a tendência é não passar disso.

Aproveitando que uma grande amiga minha decidiu olhar esta questão de frente, e como convivemos de maneira próxima, não tive como ficar alheio ao fato (afinal, eu comecei nessa senda por pura insegurança, e consequentemente, necessidade de auto-afirmação).

Se você tem o hábito de fumar ou isso já se transformou num vício, faça uma visita ao blog Parar de Fumar, para fazer uma meditação sobre isso, sem medo de olhar para o que lhe leva a inalar nicotina e outros elementos químicos.

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Sobre o medo de amar

Amar ás vezes exige que consideremos o outro como alguém diferente de nós mesmos, com suas idiossincrasias, seus hábitos, suas visões de mundo e maneiras de sentir a realidade muitas vezes distante do que somos e sentimos. Amar é antes de mais nada compreender o outro em sua individualidade e aceitá-lo tal como é. É saber que podemos nos desiludir com a pessoa amada, é saber que podemos ver nela defeitos que antes não víamos. O medo dessa desilusão, o medo de não sermos correspondidos e aceitos exatamente como somos é o medo de amar. Quando amamos somos vulneráveis, nos abrimos por inteiro, deixamos que o outro adentre nossas emoções e sentimentos. Mas quando o medo é o que nos domina, buscamos fazer o papel de fortes, de invulneráveis, buscamos passar essa imagem de que vamos muito bem sozinhos como estamos. Na realidade, temos medo de não encontrar no outro um porto seguro. Temos medo de nos mostrar como realmente somos, temos medo da rejeição. E esse medo vem da nossa parte sombria que nós próprios não aceitamos. Porém, no momento em que aceitamos nossos defeitos, nossas falhas, nossas fraquezas, no momento em que passamos a nos amar integralmente, esse medo desaparece. Quando deixamos de nos rejeitar, e passamos a nos ver como seres divinos num processo de evolução constante, perdemos o medo da rejeição do outro. E assim, se o outro nos aceita ou não, não tem importância, porque nós próprios nos aceitamos e nos amamos como somos. Assim, antes de amar o outro, temos de amar nossa sombra, nosso lado mais imperfeito. E saber que num relacionamento, seja ele qual for, uma amizade, um relacionamento amoroso, uma parceria profissional, estaremos sempre sendo inteiros, com qualidades e defeitos, e estaremos sendo aceitos na medida em que somos capazes de aceitar a nós mesmos e por reflexo, aos outros também. Aquele que tem tolerância consigo, tem tolerância com o próximo. Amai ao próximo como a ti mesmo, já dizia Jesus Cristo.



Lívia Petry

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sábado, 14 de novembro de 2009

Sobre medo e paranóia

A canção Paranóia, de Raul Seixas, tem uma marca importante na minha vida. A primeira vez na vida que descobri que eu não fui a única criança a ter tido medo ao ficar sozinho e nu no banheiro foi ao ouvir esta música.

E certamente pelo mesmo motivo que o Raul: um padre da minha cidade natal vivia dizendo pra todas as crianças que Deus via tudo que a gente fazia, inclusive quando a gente fazia malcriações ou coisas "indevidas" debaixo do chuveiro.

E obviamente, como todo menino que ouviu algo assim de um padre, eu ficava na culpa de ter passado bons momentos no banheiro.

Ouvir essa música do Raul me aliviou muito, pois ele pegou exatamente no ponto: a paranóia, gerada por uma culpa de estar fazendo algo que Deus não gostaria que a gente fizesse. Afinal, se não fosse pra isso, e muito mais, por que motivo Deus criaria espécies que precisam se interrelacionar para poder procriar e se multiplicar? Por que motivo criaria corpos de sexos diferentes?

Para que outras crianças também saiam da culpa pelos feitos escondidos nos banheiros do mundo, e consequentemente de outras culpas posteriores influenciadas por essa, incluo aqui esta bela canção do Raulzito. A letra está abaixo.

Abraço,

Gentil

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Paranóia
Raul Seixas


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Quando esqueço a hora de dormir
E de repente chega o amanhecer
Sinto a culpa que eu não sei de que
Pergunto o que que eu fiz?
Meu coração não diz e eu...
Eu sinto medo!
Eu sinto medo!

Se eu vejo um papel qualquer no chão
Tremo, corro e apanho pra esconder
Com medo de ter sido uma anotação que eu fiz
Que não se possa ler
E eu gosto de escrever, mas...
Mas eu sinto medo!
Eu sinto medo!

Tinha tanto medo de sair da cama à noite pro banheiro
Medo de saber que não estava ali sozinho porque sempre...
Sempre... sempre...
Eu estava com Deus!
Eu estava com Deus!
Eu estava com Deus!
Eu tava sempre com Deus!

Minha mãe me disse há tempo atrás
Onde você for Deus vai atrás
Deus vê sempre tudo que cê faz
Mas eu não via Deus
Achava assombração, mas...
Mas eu tinha medo!
Eu tinha medo!

Vacilava sempre a ficar nu lá no chuveiro, com vergonha
Com vergonha de saber que tinha alguém ali comigo
Vendo fazer tudo que se faz dentro dum banheiro
Vendo fazer tudo que se faz dentro dum banheiro

Para...nóia

Dedico esta canção:
Para Nóia!
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo (com amor e com medo)...

Com amor e com medo...

O Mito do Phenix: Da Morte Psíquica ao Nascimento do Pensamento

O Phenix, Da Morte Psíquica ao Nascimento do Pensamento: movimento, referencial, identidade.

Da mesma forma que o phenix renasce de suas próprias cinzas, nossa consciência renasce da morte de nossas ilusões.
Aprender a passar por esse processo é um trabalho que exige uma profunda dinâmica de harmonização entre os sentimentos e a razão.
O mito do phenix nos traz o arquétipo universal desse processo, que nos foi legado pelos primeiros sábios da humanidade, a fim de guiar-nos em nossa busca de sentido para nossa existência, dividida entre os vários pontos de vista contraditórios que nos habitam, que vem da razão, dos sentidos, das sensações e das intuições.

A expressão morte psíquica se refere, assim, a esta sensação de morte que nos invade cada vez que entramos na dimensão de uma grande desilusão, devido à perda de uma de nossas crenças.

O nascimento do nosso pensamento é o momento em que nossa razão é capaz de refletir além da limitação do nosso medo, que é o medo fundamental de perdermos as crenças que nos servem de referencial em nossa vida.

O nascimento do nosso pensamento acontece quando sobrevivemos à desilusão que advém do desmoronamento de todas as nossas crenças, pois é quando começamos a pensar-nos além do medo que nos habita.

A partir daí, passaremos a raciocinar para além da fronteira do medo, num processo dinâmico de transformação, com a consciência sempre presente ao presente, ou seja, seguindo o movimento onipresente no universo, que é quem nos servirá de referência, em direção à consciência do todo.

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Para aprofundar a leitura sobre este assunto, leia o livro O Phenix, Da Morte Psíquica ao Nascimento do Pensamento, do Dr. Austro Queiroz, publicado pela Madras Editora (para encontrar este livro no site da editora, digite Phenix na janela de busca; o site não fornece link direto para o livro).